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ANEXO: CARMILLA E OUTRAS VAMPIRAS QUE A ANTECEDERAM

Considerada uma das vampiras mais famosas, Carmilla se tornou praticamente um ícone lésbico. A história de Le Fanu se desenrola em torno da personagem quando ela aparece na casa de Laura após um acidente. A amizade das duas logo evolui para algo intenso, desafiando a heteronormatividade tão presente na sociedade vitoriana.


ONEIZA

A primeira vampira da literatura britânica era uma mulher muçulmana chamada Oneiza, que está na história Thalaba the Destroyer (1801), de Thomas Southey. Embora o folclore inglês não tenha a figura do vampiro, a história trouxe elementos vampirescos com bases teológicas, inspirando-se nas noções cristãs de "carne" e "espírito" _ nas quais a carne representaria nossa parte mortal e corrompida, enquanto o espírito seria o ser redimido e imortal.

Na trama, Thalaba é um jovem muçulmano em uma missão para combater demônios e feitiçaria. Ele se apaixona por Oneiza, que acaba morrendo. Desolado, ele vai ao túmulo da amada e encontra seu corpo reanimado e possuído por um demônio, que agora ele precisa derrotar.


BRUNHILLDA

Na história, a noção da vampira como uma morta-viva amaldiçoada, retirada do ciclo natural de vida e morte completamente entregue à "carne" não poderia ser mais explícita: Brunhilda é trazida de volta da morte por seu marido Walter. Nessa sua nova "não vida", ela se dedica a apenas duas coisas: Beber o sangue de qualquer pessoa mais jovem que tenha o infortúnio de cruzar seu caminho e suas escapadas sexuais com o "viúvo" Walter.

"Wake not the Dead" reflete bem o conceito teológico ortodoxo do vampiro _ uma vitória do pecado e da carne como uma forma de eterna danação _ ao mesmo tempo em que critica o mundo que faz isso com Brunhilda.

Apesar de a personagem estar condenada, não é ela quem está sendo julgada aqui, mas sim o homem cujos desejos carnais não podem nem deixar uma mulher morrer em paz!

Tanto Oneiza como Brunhilda e Geraldine (principalmente ela), serviram como inspiração para o surgimento de Carmilla. A vampira de Le Fanu reúne elementos como a simpatia e o voyeurismo, a representação da mulher sádica como monstruosa e ao mesmo tempo trágica _ facetas ligadas à noção teológica dos vampiros. A natureza homoerótica das vampiras serve como metáfora para a vitória da carne, condenado não apenas a vítima da vampira, mas também ela, que se hospeda no quarto de Christabel, e fenômenos sobrenaturais começam a assombrar o castelo do Barão! A obra foi escrita pelo britânico Samuel Taylor Coleridge (1772 _ 1834), por isso a trama se passa na "terra" da saudosa rainha Elizabeth II, no século XVIII (18).

A título de curiosidade, a obra virou filme, em 2018, e rodou os principais festivais de cinema pelo Brasil, com o mesmo título (Christabel), e o cineasta se chama Alex Levy-Heller: Autor de Jovens Polacas), que recebeu ótimas avaliações da crítica.


 
 
 

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