LENDA URBANA: ONDE ESTÁ JENIFFER? - PARTE 4
- wanderleyramos27
- 15 de dez. de 2021
- 4 min de leitura
Continuação do diálogo:
__ Qual é o nome dele?
__ Cléber. Por quê?
__ O meu ex colega de serviço pediu o divórcio após a conclusão da investigação de um detetive particular, e o "rival" se chama Cleber.
Ela franziu a testa e perguntou: __ Ele comentou sobre as características dele?
__ Alto, forte, loiro, de olhos azuis, e tem um escudo do Flamengo tatuado no braço esquerdo e a expressão "Mengão" no antebraço.
Ela balançou a cabeça em reprovação à atitude dele e confirmou: __ É o noivo da Marcela.
__ Droga! Desperdicei a chance de pegar o terceiro caso!
Ela riu e perguntou: __ Se importa em dizer a sua idade?
__ 57: Fiz em 28/03.
__ Na mesma data do meu pai. Ele vai adorar te conhecer!
__ Ele também fez 57?
__ 50: Nasci 13 dias antes dele completar 18, e "me policio" pra não ser supersticiosa com o número 13, já que 2 dias antes foi Sexta-feira 13 e a obstetra que estimou o parto para o dia 20, foi presa por esfaquear o marido e ficou paralítica no acidente tentando fugir! E 2 dias depois, meu pai quebrou a perna numa "pelada" e minha mãe entrou em trabalho de parto pelo suposto "tiro na perna numa reação a um assalto"! A manicure ouviu o nome dele na TV e não olhou pra ver se era e "foi correndo" contar pra vizinha da minha mãe, sem saber que ela estava lá, obviamente!
__ Talvez ela sabia e não se importou com o "choque que a sua mãe levou", se ela se sentia atraída por ele e sabia que não teria chances de seduzi-lo.
__ Faz sentido: Ela era colega de sala dele no 2º ano e no 3º ele conheceu a minha mãe e se casaram, por causa da gravidez! Não é absurdo pensar que ela nunca "se perdoou por não ter dado bola pra ele" no 2º ano!
Ele selecionou tudo, "salvou", o celular dela tocou, ela olhou para o visor, viu o nome da companheira, mostrou-o, clicou em "Aceitar", ativou o "viva voz", perguntou "Onde ocê tá?" e um assaltante perguntou: __ Quanto vale a vida dela pra você?
__ Eu não sou rica, pra pagar um resgate de R$ 10 mil Reais!
Ele riu e ironizou: __ Não fui o primeiro a testar a teoria da "síndrome de Estocolmo"?
__ "Sinto muito"! Quanto está "aberto a negociar"?
__ 33%, pra eu quitar a minha dívida do cartão de crédito e pagar os honorários do advogado.
__ Eu imagino o que está passando: Também demorei bastante pra me livrar das cobranças da operadora!
__ Então concorda com esse valor?
__ Eu vou ligar para o meu chefe e "cobrar um favor" pra ele me emprestar. Retorna em 20 minutos?
__ Claro. Boa sorte!
__ Idem.
Desligou, desativou o "viva voz", clicou no botão na lateral, repôs o celular na bolsa, pegou o cartão que Patrick criou no Paint, imprimiu e recortou e a caneta, virou-o, anotou o número do celular, repôs no porta-canetas, pegou outro, guardou, fechou-a e perguntou: __ Ele vai pedir mais quando eu estiver no local da entrega?
__ A minha intuição é de que ele é o assaltante que a abordou duas ruas antes da estação e previu que ela está desaparecida, pra se aproveitar do seu desespero pra aplicar o golpe do falso sequestro!
Ela franziu a testa e perguntou: __ O que eu faço quando ele retornar?
__ Minta que conseguiu o dinheiro, pra ele marcar o encontro e ser preso pelo crime de extorsão e porte ilegal de arma! Deve ficar uns 8 anos na penitenciária que o meu vizinho trabalha, como cozinheiro!
__ Tomara!
Olhou as horas no relógio de parede e perguntou: __ E se ele escapar do cerco policial?
__ Ele vai deixar o celular em outro local, por precaução, e eu vou vigia-lo pelo binóculo e buscar, pra checar as ligações e mensagens e ir ao próximo local que ela esteve após o desaparecimento.
Ela sorriu e exclamou: __ Terá uma brilhante carreira como detetive particular!
__ Tomara!
__ Até breve!
Levantaram-se, ele rodeou, apertou a sua mão, a acompanhou até a porta, abriu-a, ela saiu, voltou ao elevador, ele teve um pressentimento, saiu, virou-se, fechou a porta, virou-se, correu, ela virou-se, voltou, entraram no corredor para o lance de escada para o 6º andar, esperaram, o elevador abriu, o assaltante saiu, foi ao 503, abriu a porta, estranhou por não vê-lo, olhou para a porta do banheiro, viu o facho de luz sob a fresta, entrou, foi até a escrivaninha, tirou o celular de Jeniffer do bolso, jogou na lixeira, voltou, olhou para a porta novamente, saiu, virou-se, fechou a outra, virou-se, voltou ao elevador, tirou o walkie talkie do bolso, chamou alguém de "parsa", ele respondeu e o assaltante deduziu: __ Ela já entrou no consultório da dra. Luciana.
__ Ótimo! Pode voltar "pro trampo" e aguardar a minha ligação.
__ "Já é".
Desligou, repôs no bolso, entrou no elevador, virou-se, apertou a letra "T", o elevador fechou, desceu, eles voltaram ao escritório, Patrick abriu a porta, entrou, foi até a escrivaninha, olhou para a lixeira, curvou-se, pegou o celular, endireitou-se, voltou, ligou-o, perguntou o número do edifício, ela respondeu, ele digitou, clicou em "Ok", esperou, a tela desbloqueou, ele mostrou e ela deduziu: __ Ele também mora no "meu prédio".
__ Sim.
Checou as mensagens, clicou na última, esperou, leu, olhou para ela e informou: __ Ela passou no serviço pra buscar uma encomenda.
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