LENDA URBANA: SUSPEITOS DE UM FALSO ASSASSINATO - FINAL

Continuação do diálogo:

__ A vampira te contou por que a capinha do celular do Diego sujou de sangue?

__ Fábio perguntou, enquanto se aproximava com o bloco de anotações e a caneta e dobrava a folha.

__ Ela o pediu para filmar o sexo comigo, e de repente, começou a me enforcar e falar em inglês, fiquei assustado e com medo de morrer, vi a ponta de uma faca sob a cama, peguei, furei a costa dela, e o sangue espirrou na capinha do celular, por ele se ajoelhar na cama!

Olhou para o policial de óculos novamente e continuou: __ Obviamente ela fingiu um desmaio, me vesti rapidamente, fugimos e saímos pelas escadas externas, construídas para emergências, como um incêndio em algum apartamento! Mas ela nos alcançou e nos hipnotizou para esquecermos o desfeche do fetiche e sugeriu que passamos a madrugada no apartamento do Rodrigo, quando ela "nos dispensou" no posto de combustível para se reconciliar com o ex que arranjou emprego como garçom da lanchonete para ganhar o benefício de cumprir o restante da pena em liberdade. Como a cópia do cupom fiscal estava no meu bolso, não achei estranho essa versão.

__ E o sangue na sala?

__ Deve ser do invasor que se aproveitou da porta destrancada para assaltar e ela quebrou o nariz dele num soco pra ele desmaiar e ela leva-lo para o bar, pra ele acreditar que não saiu de lá.

__ Por que não pode ser da amiga dela?

__ Porque eu vi o elevador de serviço abrindo antes de entrarmos no corredor da saída de emergência e ele saindo com uma mochila na costa.

Ele tirou o celular do bolso, ligou e desbloqueou a tela, digitando a senha e clicando em "Ok", clicou em "Galeria", esperou, procurou uma foto, clicou, esperou, virou a tela para ele e perguntou: __ Foi este homem?

Luiz teve um lampejo do que relatou e confirmou: __ Sim.

__ Foi a testemunha ocular que viu os 6 entrando com ela e as duas amigas.

A ambulância se aproximou, o motorista estacionou, Fábio e ele voltaram ao edifício que Carlos Eduardo e os amigos alugaram um apartamento, tiveram a sorte de verem a vampira se afastando dele, ela olhou para eles, esperou e ele perguntou: __ Qual é o seu nome real?

__ Valery Victória.

__ Há quanto tempo está no nosso país?

__ Treze dias, ironicamente. A Joana estava deprimida pelo término com o meio-irmão do primo dela e da Vanessa e precisava de uma viagem para conhecer o verdadeiro amor. Por isso a hipnotizei para aceitar o convite e colocar na bolsa as passagens que o agente de viagem imprimiu para a capital e Belém, capital do Pará, para embarcar para a famosa Fernando de Noronha. Parcelei o pacote de 10 dias em 36 vezes.

__ Que inveja!

Ela riu e perguntou: __ Vai me prender por falsidade ideológica?

__ Você fez o que era certo, e o juiz só condena quem se passa por outra pessoa para prejudica-la financeiramente, como fazer um empréstimo alto que ela não teria coragem, comprar um imóvel ou veículo, etc.

__ Que bom!

__ O sangue na sala era do Carlos Eduardo?

__ Eu "me alimentei dele" e da esposa e eles beberam o meu sangue para o deles coagular e sessar e os furinhos das minhas presas fecharem e sumirem, pra "apagar" a evidência do que eu sou. A hipnotizei no banheiro da praia para ir com ele e esquecer quando dormir. Ele não foi o primeiro sonâmbulo a "cruzar o meu caminho" nem será o último!

Voltou ao elevador de serviço, olhou para trás, acenou, ele abriu, uma diarista saiu, ela entrou, virou-se, apertou a letra "T", ele fechou, os policiais voltaram ao outro, na portaria, Carlos Eduardo entrou no apartamento novamente, virou-se, fechou e trancou a porta, virou-se, viu a esposa descendo a alça da camiseta e do sutiã e foram para a suíte para "fazerem amor".

FIM