UM SONHO MALUCO - PARTE 6
- wanderleyramos27
- 1 de fev. de 2022
- 3 min de leitura
Continuação do diálogo:
__ Por que os escravos continuaram na fazenda?
__ Eles trabalharam no plantio das canas e o ex dono chamou o padre para realizar o casamento coletivo dos casais e batismos das crianças entre 3 meses e 3 anos, além das certidões de nascimento, para chegarem nas cidades com o direito às vacinas que o Ministério da Saúde enviava para as prefeituras das cidades e distritos para os funcionários levarem para os postos de saúde, para a campanha de porta em porta para as mães levarem os filhos nos 4 Sábados, para garantirem que todos seriam vacinados. Eles foram empregados nas fábricas dos amigos empresários para não terem o mesmo destino dos que saíram da fazenda em 16/05, quando o jornal chegou na mercearia perto da fazenda e o escravo que buscava as compras leu a notícia da abolição e transmitiu a todos, e em 1.908, o fazendeiro faleceu e a viúva se casou com o sócio dele pra ele pagar a hipoteca e derrubar as cercas para unir as duas e os fornecedores não se recusarem a continuar vendendo os grãos para os novos empregados triturarem nos moinhos que os negros nascidos depois da publicação da Lei do Ventre Livre foram treinados para essa função.
__ 28/09/1.871. __ informou um vampiro na janela gradeada na lateral. Olhamos para ele, ela foi até ela, abriu a cortina e perguntou: __ Foi a princesa Isabel que assinou?
__ Sim. A Lei foi apresentada na Câmera dos Deputados em 12/05/1.871, pelo Visconde do Rio Branco, com envolvimento direto do imperador, um defensor de que reformas deveriam acontecer na escravidão no Brasil. A lei causou divisões profundas entre deputados do Norte e Sul do Brasil, e depois, sua aprovação trouxe mudanças significativas, permitindo o fortalecimento do movimento abolicionista. A servidão tinha acabado na Rússia em 1.861, os Estados Unidos tinham abolido a escravidão em 1.865, Portugal tinha abolido a escravidão em suas colônias em 1.858, e outros países da Europa faziam o mesmo. Além disso, na América do Sul, o Brasil era o único a manter o escravo, e durante a Guerra do Paraguai, isso se tornou motivo de embaraço para o governo brasileiro. Somente o Brasil e duas colônias espanholas (Cuba e Porto Rico) mantinham o trabalho escravo, e nas colônias espanholas, medidas já estavam sendo tomadas para reformar essa instituição. Apesar do cenário ter possibilitado que a causa abolicionista ganhasse força, a resistência entre os políticos brasileiros a qualquer debate que caminhasse para a abolição ainda era forte. Todos os debates que procuraram estender as medidas do fim do tráfico à condição dos escravizados foram barrados na ´década de 1.850 e só começaram a ser ventilados na década de 1.860, porque um dos incentivadores era o imperador. Em 1.865, d. Pedro II (Segundo) pediu para um de seus conselheiros, José Antônio Pimenta Bueno, um estudo sobre a possibilidade de abolição no Brasil. Pimenta Bueno propôs que a abolição fosse iniciada por uma reforma que abolisse a escravidão dos filhos dos escravos. A proposta foi levada para o Conselho de Estado por duas vezes, sendo que, na primeira, em 1.866, sua discussão não foi aceita, e na segunda, em 1.867, decidiu-se que aquele não era o momento para ela. A Guerra do Paraguai foi usada como justificada para adiar qualquer medida contra a escravidão no Brasil. O assunto foi temporariamente engavetado, mas d. Pedro II relembrou aos parlamentares da importância da questão em 1.867 e 1.868. Os escravocratas alegavam que a abolição não deveria ser feita por meio de reformas porque isso poderia motivar os escravos a rebelarem-se. Os abolicionistas retrucavam que as reformas eram necessárias justamente para evitar que rebeliões de escravos acontecessem. Seus argumentos apontavam a importância das reformas para evitar que os exemplos do Haiti e dos Estados Unidos acontecessem no Brasil. Por fim, abolir a escravidão por meio de reformas graduais era visto com bons olhos por alguns porque daria tempo para os grandes fazendeiros adaptarem-se ao trabalho assalariado, impedindo assim que grandes prejuízos acontecessem. Além disso, alegava-se que um processo gradual evitaria o país de sofrer baques econômicos e permitiria realizar a abolição de maneira pacífica.
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